Muitas vezes guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, pequenos textos que escrevemos e ficaram arrumados numa gaveta fechada...


Eu decidi abrir essas gavetas, e o resultado é este blog!




How many times we keep things for our own – opinions, feelings, ideias, moods, reflections, some little texts we wrote and put on a closed drawer…

Now I have decided to open those drawers, and this is the result!



Mostrar mensagens com a etiqueta rotina. Mostrar todas as mensagens
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Passageiros

Desde pequena que me habituei a andar de autocarro e, por incrível que pareça, é uma das coisas que gosto de fazer.
Não naqueles autocarros a abarrotar de pessoas, que mais parecem sardinhas em lata, e que quase não nos deixam espaço para respirar. Isso seria um autêntico pesadelo!
Refiro-me aos autocarros que me costumam levar até à praia, ou até Lisboa. São viagens que se fazem normalmente, de forma tranquila. Sentados no nosso lugar, podemos ir apreciando a paisagem pela janela, aproveitar para dormir, conversar ao telemóvel ou ir, simplesmente, observando os passageiros que vão entrando e saindo.
Durante cerca de um ano, quase todos os fins de semana eu apanhava o autocarro para Lisboa, e em todos esses dias havia passageiros que, tal como eu, tinham essa rotina!
Entre eles, recordo-me de um casal que entrava na Malveira. Primeiro, entrava ele, e sentava-se. Ela entrava depois, pagava os bilhetes, e sentava-se ao seu lado, e pelo que me parecia, encostava a cabeça ao seu ombro, e assim permanecia durante toda a viagem. Eram duas pessoas fisicamente muito diferentes: ele - alto e magro, sempre com uma cara séria e pouco dado a manifestações de carinho, ela - baixa e um pouco mais avantajada, sempre transparecendo a imagem de uma mulher muito carinhosa e com muito amor para dar. Embora as aparências enganem, ela parecia-me mais velha que ele. E fiquei sempre com a sensação que aquele era um casal que não combinava muito bem.
Mas era apenas uma opinião de observadora. Afinal, há tantos casais improváveis que combinam na perfeição, e outros que parecem feitos um para o outro e acabam por não vingar.
Tal como eu e o meu namorado, também eles apanhavam o metro. E ao final da tarde, de volta ao terminal do Campo Grande, lá estavam eles, tal como eu, a apanhar o autocarro de regresso.
Um ano se passou até que, no último sábado, voltei a apanhar o autocarro para casa, e verifico que também esse casal, ao fim de tanto tempo, ainda mantinha esse hábito. Na verdade, só reparei nisso quando já estava sentada no meu lugar e olhei para os assentos da frente e, de facto, só o vi a ele. Mas, como ela é pequena, imaginei que estivesse, como era costume, aninhada no seu companheiro. E pensei: mesmo passado tanto tempo, ainda há coisas que se mantêm!
Qual não é a minha surpresa quando o vejo sair do autocarro sozinho. Não pude evitar o pensamento seguinte: onde estaria a sua companheira de viagem?
Parece que, afinal, nem tudo se mantém com o passar dos anos...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Como gerir o ordenado



Cada um saberá a melhor maneira de gerir o seu dinheiro, isto quando há tempo, e é possível geri-lo!
Porque algumas pessoas têm tão pouco, que mal lhes chega às mãos, logo desaparece, ainda antes de terem pensado numa eventual gestão.
E outras há que, simplesmente, não querem saber disso para nada, porque convivem melhor com a desorganização.
Mas, para aquelas que preferem as contas, e as notas, mais arrumadinhas, aqui ficam algumas dicas, que mais não são do que a minha própria experiência nessa matéria!
Então é assim que eu costumo fazer:
1 - Quando recebo o ordenado, mentalizo-me que recebo apenas uma parte (por exemplo - se receber € 700, penso que só recebi € 650, e os restantes € 50 é como se não existissem);
2 – Desse valor que eu considero ordenado recebido, desconto todas as despesas certas que tenho para pagar (por exemplo - renda de casa, mensalidades de carro, TV Cabo, Seguros);
3 - O restante, fica para as compras, e despesas que possam entretanto surgir;
4 – As contas de água, luz e gás, podem inserir no número 2 ou no 3, consoante o modo e a data de pagamento;
5 – Aconselho a anotarem todas as despesas mensais, de forma a terem uma ideia de quanto gastam normalmente;
6 – Revejam a vossa rotina, e verifiquem se têm vícios que, eventualmente, possam cortar;
7 - Na hora de irem às compras, é melhor fazerem, previamente, uma lista do que realmente precisam.
Claro que haverá pessoas que precisam do ordenado completo e, ainda assim, pode não ser suficiente.
Mas para quem tiver a possibilidade de poder utilizar este método, sabe que tem sempre ali um dinheiro extra (com o qual não fez conta), e que poderá utilizar em caso de necessidade. Os meses não são todos iguais, e é bom saber que aquele dinheirinho que não nos fez falta num mês, deu imenso jeito noutro em que os gastos foram maiores. Se não for preciso, é sempre uma poupança que têm, para recorrer em último caso! E, se depois de tudo pago, ainda vos sobrar dinheiro, podem juntá-lo a esta poupança.
Convém ainda lembrar que, apesar de todo este controlo, sempre partindo do que é realmente essencial, não nos devemos privar ou abdicar, se tivermos oportunidade, de um ou outro mimo. Não é por comprarmos aquela gulodice que nos apetece tanto, aquela camisola que vimos na loja, tomar uma refeição fora de casa, ou beber o nosso cafezinho a seguir ao almoço, que vamos ficar mais pobres!
Boas contas!