Muitas vezes guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, pequenos textos que escrevemos e ficaram arrumados numa gaveta fechada...


Eu decidi abrir essas gavetas, e o resultado é este blog!




How many times we keep things for our own – opinions, feelings, ideias, moods, reflections, some little texts we wrote and put on a closed drawer…

Now I have decided to open those drawers, and this is the result!



Mostrar mensagens com a etiqueta adultos. Mostrar todas as mensagens
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Carnaval


Envolto em grande polémica chegou, por fim, o dia de Carnaval!
O dia em que ninguém leva a mal e, por isso mesmo, fico na dúvida se será o dia em que aproveitamos para fazer aquelas brincadeiras que no resto do ano não nos atrevemos, ou se será uma mera desculpa para justificar qualquer tipo de actos que, ocorridos fora desta época, seriam condenáveis.
Na sexta-feira, quando fui levar a minha filha à escola, passei como sempre, por três escolas (2º e 3º ciclo do ensino básico, jardim de infância e secundário). Vimos vários estudantes com o seu traje normal, mas também diversas crianças mascaradas para o desfile que se iria realizar nessa manhã! Alegria e euforia, e fatos engraçados, deslumbrantes, originais e surpreendentes! Mais nada! Mas, seria preciso mais alguma coisa?
Quando eu era pequenina, era assim que eu vivia o Carnaval. Depois, comecei a detestá-lo. Porquê? Porque no meu tempo de escola, Carnaval era sinónimo de balões de água, de ovos, de espuma de barbear e tudo o mais que se lembrassem de utilizar para brincadeiras de mau gosto, nas quais me via envolvida mesmo não tendo aceitado participar nelas.
Enquanto estudei, todos os anos encarei esta época como um tormento. Sempre em alerta, dentro da própria escola, ou enquanto fazia o meu percurso casa/escola e vice-versa, com medo que algum grupinho estivesse de plantão, à espera da minha passagem, para me brindar com o bombardeamento da praxe! Nas férias, nem me atrevia a sair de casa. E, mesmo assim, na quarta-feira de cinzas, ainda não tinha bem a certeza de ter realmente terminado o pesadelo!
De há uns anos para cá tenho constatado, positivamente, que essas brincadeiras parvas têm vindo a diminuir ou mesmo a deixar de existir. A prova é que este ano, como atrás referi, não se viu nada!
Seria bom que, mesmo entre os adultos, o espírito do Carnaval se traduzisse nos desfiles de mascarados, em bailes, em festa, em brincadeiras entre amigos, e deixassem de incomodar e, muitas vezes, fazer mal às outras pessoas só porque “é Carnaval, e ninguém leva a mal”.
Será normal furar pneus dos carros, rebentar caixas de correio ou atirar baldes de água para cima de idosos? Obviamente que não!
Porque nem o Carnaval justifica tais actos, provocados por meia dúzia de “gatos-pingados” que se julgam os maiores, e que não têm mais nada para fazer senão vandalizar o que lhes apetece, e quem lhes dá na real gana!
Talvez um dia venha novamente a gostar do Carnaval mas, por enquanto, continua a ser um daqueles dias que podiam riscar do calendário! Afinal, já nem tolerância de ponto há!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Mãe - eu quero um telemóvel!




Aposto que foi um dos presentes solicitados no passado Natal!
As crianças de hoje crescem em convívio directo com as mais variadas tecnologias, entre as quais o telemóvel.
Para os adultos, é uma ferramenta cada vez mais fundamental.
O telefone portátil, cuja intenção inicial era ser usado para comunicar, funciona como uma espécie de “cordão umbilical”, que os liga aos familiares, aos amigos, ao trabalho, e ao mundo.
Através das várias funcionalidades, que lhe foram adicionando ao longo dos anos, acaba por adquirir também um estatuto de acessório estético, com o mundo dentro – telefone, internet, máquina de filmar, máquina fotográfica, rádio, tv, agenda, e-mail, jogos, GPS, calculadora.
Serve de companhia, dá a sensação de segurança, organização e coordenação do dia-a-dia.
Não é, pois, de admirar, que também as crianças se sintam fascinadas por estes “brinquedos”, que muitas vezes conhecem melhor que os próprios pais!
E se é tão fácil os adultos criarem uma “dependência psicológica”, para as crianças não é diferente!
A minha filha recebeu de presente do pai, neste Natal, o tão desejado telemóvel, que há muito pedia.
As “dores de cabeça” não tardaram a surgir: desde quase não dormir, na primeira noite em que o teve na mão, para mandar mensagens à mãe, a passar o tempo a jogar ou a tirar fotos em vez de se despachar e fazer as tarefas prioritárias, já foram vários os motivos que me levaram a chamá-la à atenção.
Embora muitos pais se sirvam dele como forma de distrair ou entreter os filhos, convém que a relação destes com o telemóvel não se torne obsessiva. Cabe aos pais estarem atentos e moderarem o seu uso no dia-a-dia, impondo algumas regras, se necessário for.
O telemóvel não tem que ser um inimigo, basta que o saibamos utilizar e ensinar a utilizar!

sábado, 29 de outubro de 2011

Já a formiga tem catarro!



Hoje em dia é tudo "muito à frente"!
Ou terei sido eu a ficar para trás?
É que há determinadas modernices que ainda me custam a digerir e aceitar.
No Domingo, depois de a minha filha se despir para tomar banho, deparei-me com o seu último retoque de beleza - as unhas dos pés pintadas!
Não é que eu não goste de ver mulheres de unhas pintadas, até penso que lhes fica muito bem.
Mas uma coisa é preocuparmo-nos com essas vaidades na adolescência. Nessa altura até eu aderi à moda das unhas pintadas de preto, e dos tradicionais produtos de maquilhagem - batom, rímel, sombras e blush.
O que me surpreende, é que cada vez mais, as crianças queiram parecer mulheres. E cada vez mais cedo!
Aos 5 anos, era ver a minha filha agarrada aos kits de pinturas que se vêem à venda para crianças. Para o Jardim de Infância, já levava as unhas das mãos pintadas de rosa forte ou vermelho, porque dizia ela "as cores clarinhas não se notam tanto". Nos lábios, passava o batom não sei quantas vezes por dia, e perguntava sempre "Oh mãe, vê lá se ainda tenho batom!".
Ora, ela é ainda e apenas uma criança. Não deveria ela preocupar-se com outras coisas típicas dessa fase da nossa vida?
É certo que ela é bonita, e está a desenvolver-se bem depressa. Mais uns aninhos e já está uma mulher. Uma mulher que certamente não irá precisar de recorrer a truques de beleza, embora na medida certa sejam bem vindos.
Mas isto das modernices não se fica por aqui - poucos dias depois de ter iniciado o ano lectivo, chegou a casa e deu-me um papel para a mão. Adivinhem o que era - nada mais nada menos que o número de telemóvel da mãe do "namorado", para eu ligar a combinar o encontro do casalinho na semana seguinte! "Namorado" esse que anda com duas ou três ao mesmo tempo!
Embora, por um lado, não dê grande importância a estes episódios, por outro não posso deixar de ficar preocupada.
Há uma distância cada vez mais ténue entre o mundo infantil e o adulto - as crianças devem brincar, pular, saltar.
Em vez disso, vêem-se crianças que parecem querer saltar essa etapa fundamental da vida delas, e tornar-se precocemente adultas, imitando os pais, os seus ídolos, a moda...da roupa ao calçado, do penteado à maquilhagem. Até mesmo os seus comportamentos.
Só há um pequenino pormenor, é que se tornam adultas por fora mas por dentro dentro continuam a ser crianças - ou seja, são adultas para o que lhes interessa e convém, mas quando chega o momento de ter atitudes em conformidade, aí voltam à infância.
Então que o sejam em todos os sentidos e que o aproveitem, porque há-de chegar o tempo em que irão desejar voltar atrás, e não podem mais!