Muitas vezes guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, pequenos textos que escrevemos e ficaram arrumados numa gaveta fechada...


Eu decidi abrir essas gavetas, e o resultado é este blog!




How many times we keep things for our own – opinions, feelings, ideias, moods, reflections, some little texts we wrote and put on a closed drawer…

Now I have decided to open those drawers, and this is the result!



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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Emoções de Adolescentes


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“Sinto que estou a perder as minhas forças. A cada dia que passa estou a deixar-me vencer…vencer pela tristeza, tristeza por não te ter ao pé de mim…pela incerteza, incerteza por não saber definir ao certo que sentimento é este…pela insegurança, por não saber se sou correspondida da mesma maneira…
Sinto-me frustrada, desanimada, apática…nada faz sentido…quero levar a minha vida para um lado, e tudo a empurra para outro…
Neste momento, parei. Não tenho mais vontade de andar, não tenho mais forças para me mover…
Já não consigo disfarçar, preciso de estar ocupada, distraída…sozinha, a única coisa que consigo fazer é chorar…
Sinto que é uma luta perdida…Se é que se pode chamar de luta…
Quero culpar alguma coisa, quero culpar alguém…
Culpo-me a mim porque não sou forte, não sou corajosa, não arrisco, não luto…sou conformista, sou comodista, prefiro o mais fácil, o mais confortável, sou cobarde…
Culpo-te a ti, porque não me vens salvar, porque não me vens tirar deste pesadelo em que eu própria me meti…
Culpo a distância, que nos afasta, que me faz sentir saudades, que não nos permite viver o que tanto desejo….
Tento encontrar algo ou alguém a quem possa responsabilizar, mas simplesmente não existe!
Quanto muito poderei culpar o meu coração, por sentir o que não deveria sentir…
Tudo o que me dás é tudo aquilo a que me posso agarrar…
Todas as tuas palavras, todos os teus gestos, são alguns dos poucos momentos em que consigo sorrir…
Queria tanto acreditar que o sonho se iria tornar real…mas cada vez mais me convenço que não passa disso mesmo…de um sonho.
A realidade é bem diferente, mais dura…
Não há lugar para fantasias, não há lugar para sonhos que, por circunstâncias da vida, nunca vão passar disso.
E essa é a parte mais difícil…perder a esperança…encarar a realidade…
De que me serve ter a capacidade de amar, se não posso amar quem eu quero…se não consigo dar amor a quem me ama…"


Na adolescência, encaramos as primeiras paixões como se de verdadeiros amores se tratassem!
Somos protagonistas das mais belas histórias, com tudo aquilo a que temos direito - amores proíbidos, amores desencontrados, amores distantes, sempre à espera do Happy Ending, mas não sem antes passar pelo típico sofrimento do desenrolar da trama.
Ao fim de tantos anos cheguei a uma simples conclusão - somos mais fortes do que pensamos, e não morremos por amor, ou melhor, pela falta dele!
Não quer dizer que os nossos sentimentos não sejam verdadeiros (porque geralmente até o são), mas temos uma capacidade de ver tudo de forma mais simples, mais prática, e sem aquele romantismo e dramatismo de outrora.
Não significa que não tenhamos saudades daqueles que amamos, quando estão longe de nós, mas não paramos no tempo à espera do regresso.
Não quer dizer que não nos sintamos tristes muitas vezes, que não tenhamos vontade de chorar, que não nos afecte minimamente, mas temos a força necessária para reagir, para para nos recompormos e seguir em frente com a nossa vida.
Afinal, o amor não mata, mas mói!
Mas, se puder ser correspondido e vivido plenamente, pode ser muito compensador. Por muito que sejamos fortes, decididos e independentes, não há nada melhor do que termos alguém na nossa vida com quem partilhar as nossas tristezas e as nossas alegrias, as nossas derrotas e as nossas vitórias, os nossos pesadelos e os nossos sonhos, tudo o que faz de nós aquilo que somos!
É importante viver cada dia, e saber aproveitar o melhor que temos e com quem estamos - a nossa vida está em constante mudança, e a nossa história deve ser feita de pequenos finais ao longo do tempo. Quem sabe se na vida real não será ainda melhor do que o que idealizámos?!

sábado, 29 de outubro de 2011

Já a formiga tem catarro!



Hoje em dia é tudo "muito à frente"!
Ou terei sido eu a ficar para trás?
É que há determinadas modernices que ainda me custam a digerir e aceitar.
No Domingo, depois de a minha filha se despir para tomar banho, deparei-me com o seu último retoque de beleza - as unhas dos pés pintadas!
Não é que eu não goste de ver mulheres de unhas pintadas, até penso que lhes fica muito bem.
Mas uma coisa é preocuparmo-nos com essas vaidades na adolescência. Nessa altura até eu aderi à moda das unhas pintadas de preto, e dos tradicionais produtos de maquilhagem - batom, rímel, sombras e blush.
O que me surpreende, é que cada vez mais, as crianças queiram parecer mulheres. E cada vez mais cedo!
Aos 5 anos, era ver a minha filha agarrada aos kits de pinturas que se vêem à venda para crianças. Para o Jardim de Infância, já levava as unhas das mãos pintadas de rosa forte ou vermelho, porque dizia ela "as cores clarinhas não se notam tanto". Nos lábios, passava o batom não sei quantas vezes por dia, e perguntava sempre "Oh mãe, vê lá se ainda tenho batom!".
Ora, ela é ainda e apenas uma criança. Não deveria ela preocupar-se com outras coisas típicas dessa fase da nossa vida?
É certo que ela é bonita, e está a desenvolver-se bem depressa. Mais uns aninhos e já está uma mulher. Uma mulher que certamente não irá precisar de recorrer a truques de beleza, embora na medida certa sejam bem vindos.
Mas isto das modernices não se fica por aqui - poucos dias depois de ter iniciado o ano lectivo, chegou a casa e deu-me um papel para a mão. Adivinhem o que era - nada mais nada menos que o número de telemóvel da mãe do "namorado", para eu ligar a combinar o encontro do casalinho na semana seguinte! "Namorado" esse que anda com duas ou três ao mesmo tempo!
Embora, por um lado, não dê grande importância a estes episódios, por outro não posso deixar de ficar preocupada.
Há uma distância cada vez mais ténue entre o mundo infantil e o adulto - as crianças devem brincar, pular, saltar.
Em vez disso, vêem-se crianças que parecem querer saltar essa etapa fundamental da vida delas, e tornar-se precocemente adultas, imitando os pais, os seus ídolos, a moda...da roupa ao calçado, do penteado à maquilhagem. Até mesmo os seus comportamentos.
Só há um pequenino pormenor, é que se tornam adultas por fora mas por dentro dentro continuam a ser crianças - ou seja, são adultas para o que lhes interessa e convém, mas quando chega o momento de ter atitudes em conformidade, aí voltam à infância.
Então que o sejam em todos os sentidos e que o aproveitem, porque há-de chegar o tempo em que irão desejar voltar atrás, e não podem mais!

sábado, 15 de outubro de 2011

Pais demitem-se!

Que bem que nos sabe de vez em quando despirmos o papel de mãe e pai e vestirmos o papel de mulher e homem!
Aquele tempinho que os nossos filhos estão em casa dos avós, a brincar com coleguinhas, ou vão passar um fim de semana fora, é um pequeno grande presente para nós – finalmente vamos poder descansar, cuidar de nós, namorar…
Então quando os nossos filhos se lembram de nos pôr os cabelos em pé e os nervos em franja, até temos vontade de os mandar mais depressa numa dessas viagens turísticas espaciais para Marte, por tempo indeterminado!
Claro está que, ao fim de pouco tempo, já estamos cheios de saudades deles e a querê-los de volta debaixo da nossa asa.
A minha relação com a minha filha, por exemplo, teve os seus maus momentos, e confesso que nessa ocasião, estive muito perto de lhe fazer a vontade e despachá-la de malas aviadas para casa do pai!
Mas depois pensei que era meu dever dar a volta por cima e agir como mãe, e mostrar-lhe que ainda teria que crescer muito para medir forças comigo, e conseguir destabilizar-me.
É verdade que dá trabalho, sim, é preciso muito jogo de cintura, muita paciência, muita determinação, mas já deveríamos saber que criar e educar um filho não era uma tarefa fácil.
Eu por exemplo, quando engravidei, pensei “e agora, será que vou ser uma boa mãe?”. Na verdade não me sentia minimamente preparada para tal papel, mas hoje, passados quase oito anos, com alguns tropeções pelo caminho e alguns erros cometidos, não deixo de sentir a sensação de que até aqui, estou a dar conta do recado!
Acredito que muitos tempos difíceis ainda estão por vir, que até agora foi apenas o período experimental. Ainda assim, estou cá para o que tiver que ser.
Mas a verdade é que, nos últimos tempos, têm surgido cada vez mais casos de pais que se demitem das suas funções.
Segundo Teresa Espírito Santo, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lisboa/ Centro, nos últimos meses surgiram casos de pais que se demitiram completamente das responsabilidades dos seus filhos, e vão determinados a que seja a comissão a acolhê-los.
Os motivos são vários – desde pais que não conseguem impor regras e limites aos filhos, principalmente na adolescência, aos que têm carências financeiras e acham que o Estado tem o dever de assumir a responsabilidade.
E há ainda quem se sirva da comissão como um meio para atingir um fim, ou seja, progenitores que se acusam mutuamente de não cuidarem dos filhos, ou que pretendem levar o tribunal a rever as condições da guarda das crianças, no caso de pais separados.
Ricardo Carvalho, secretário executivo da CPCJ, reconhece que existem cada vez mais pais a utilizarem as comissões para obter o que não conseguem nas decisões judiciais.
Felizmente, ou infelizmente, este é um cenário que em nada me espanta, porque sempre existiu.
Quantos pais conhecemos que, por não terem condições financeiras, entregaram os filhos em instituições, ou para adopção?
Quantas crianças não foram deixadas com os avós, porque os pais não sabem o que é a responsabilidade de criar um filho?
Quantas mães abandonam os filhos? Quantos pais deixam as mulheres com filhos sozinhas nessa tarefa?
A novidade é que agora os pais têm mais uma porta à qual podem bater, sempre que quiserem entregar “a carta de demissão”, do cargo a que eles próprios se autopromoveram!