Muitas vezes guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, pequenos textos que escrevemos e ficaram arrumados numa gaveta fechada...


Eu decidi abrir essas gavetas, e o resultado é este blog!




How many times we keep things for our own – opinions, feelings, ideias, moods, reflections, some little texts we wrote and put on a closed drawer…

Now I have decided to open those drawers, and this is the result!



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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Tráfico Humano - ao virar da esquina






Duas jovens adolescentes viajam, sozinhas, para Paris. À chegada, como muitas outras pessoas, tentam apanhar um táxi que as leve ao destino. Enquanto esperam, um rapaz simpático mete conversa com elas. Apresentam-se. Em ambiente descontraído, uma delas pede-lhe que tire uma foto às duas, entregando-lhe para isso o telemóvel.
Aparentemente, também ele tinha viajado até Paris e, tal como elas, aguardava a sua vez na fila para o táxi. Por isso mesmo, perguntou-lhes se não queriam dividir a despesa do mesmo, ficando assim mais barato para todos. E assim fizeram. Chegadas à moradia onde iriam ficar instaladas, despediram-se do rapaz, que entretanto já tinha conhecimento que ambas estariam sozinhas. Alguns instantes depois, as duas são levadas por 3 ou 4 homens que ali entraram. Na verdade, o tal rapaz, aparentemente simpático e inofensivo, pertencia a uma rede de tráfico de mulheres, actuando como intermediário, se assim se pode chamar.
O destino que as esperava? O pior que se possa imaginar – drogadas, as que não morriam de overdose, eram obrigadas a prostituir-se, em bordéis ou nas ruas, sempre controladas e vigiadas.
Outras, na opinião dos traficantes, mais valiosas, eram levadas para leilões, vendidas a quem oferecesse o valor mais alto. Representantes de magnatas compravam, sob a sua ordem, o que para eles nada mais significava que um mero objecto.
Um cenário deprimente, chocante e repugnante que, infelizmente, retrata uma realidade que nos pode apanhar a qualquer um, nas suas malhas. Ali mesmo, ao virar da esquina!
A razão para que isto aconteça? Dinheiro! Como eles diziam, não era nada “pessoal”, apenas ganhavam dinheiro!
O tráfico humano, é a terceira actividade criminosa mais rentável do mundo, logo depois das drogas ilícitas e do tráfico de armas. Não escolhe raça, idade ou classe social. E nem mesmo sexo! Embora a grande maioria das vítimas sejam mulheres e, entre essas, adolescentes, também estão incluídos no pacote homens e crianças, que são traficados para os mais diversos fins.
A prostituição, como já atrás referi, é a forma mais corrente do tráfico humano. Iludidas por falsas promessas de bons empregos, uma vida melhor, ou financiamento de estudos, são alvos fáceis de cair em mãos criminosas, que não pedem consentimento às vítimas para as traficarem, retirando-lhes direitos humanos básicos como a liberdade – de movimento, de escolha, de controlo sobre si próprio e sobre a sua vida. E enquanto os criminosos lucram, estas mulheres sofrem todo o tipo de violência física e psicológica.
Mas também pode acontecer a quem pura e simplesmente, como estas duas adolescentes, gosta de viajar.
O recrutamento é o primeiro passo, o primeiro elo da cadeia do tráfico humano, através do qual os traficantes encontram as vítimas, enganando-as ou forçando-as a entrar num mundo onde a escravatura, que julgávamos ter acabado há muito, é uma constante em pleno século XXI. São os recrutadores, aparentemente pessoas normais, que fazem o primeiro contacto com a vítima. Qualquer um pode ser recrutador, até mesmo aquela pessoa em quem, à partida, tínhamos total confiança. Bastante criativos, servem-se muitas vezes de anúncios em jornais ou na Internet, agências ou empresas falsas, e até mesmo através de conhecimentos privados.
O próximo passo é entregar as vítimas aos verdadeiros criminosos, que as forçam aos mais variados actos, sob ameaça constante, sob violência, sob chantagem. Afinal, elas passam a ser responsáveis pelo pagamento do dinheiro que o traficante pagou por elas.
Mas não é só para a prostituição ou pornografia que são traficados estes seres humanos.
No caso dos homens, por exemplo, é frequente estes serem levados para trabalhos forçados, como por exemplo na agricultura, na indústria ou na construção civil.
Já as crianças, são utilizadas muitas vezes para actividades criminosas como a mendicidade, tráfico ou venda de droga, passagem de dinheiro falso ou pornografia infantil, bem como para adopção ilegal.
Não podemos ignorar esta realidade, este fenómeno que pode estar tão perto de nós e nos afectar mais do que julgamos.
O que é certo é que não existem receitas infalíveis para não cair nesta teia, existem medidas de sensibilização, de prevenção, que embora úteis, não nos dão a garantia de que nunca iremos ser apanhados.
Também é certo que não podemos viver com medo, desconfiar de tudo e de todos, e deixar de fazer determinadas coisas porque há uma possibilidade remota de não correr bem.
Mas convém lembrar e ter presente que, por vezes, as possibilidades remotas podem ter avançado a grande velocidade na nossa direcção, e estar mais próximas do que pensamos, até mesmo ao virar daquela esquina!

domingo, 20 de novembro de 2011

Saturday Night


"Saturday night, dance, I like
The way you move
Pretty baby
It's party time and not one
Minute we can lose..."


Conhecem esta música? Saturday Night, da Whigfield!
Já tem uns bons aninhos e, muito provavelmente, será difícil ouvi-la, nos dias que correm, numa discoteca.
Os tempos mudam e com ele, mudam-se estilos musicais, atitudes e comportamentos.
Sempre gostei de sair, de dançar, de ir ao cinema, de me divertir com as minhas amigas, ou com o namorado.
E lembro-me que quando tinha os meus 15 ou 16 anos, sempre que havia uma festa de aniversário, ou nas passagens de ano, era obrigatório comemorar! E comemorar com vinho branco ao jantar e espumante!
Não bebia para me embebedar, mas gostava de ficar naquele meio-termo a que usualmente apelidamos “estar quentinha”.
Pensava eu que, bebendo, me divertiria muito mais. Que o álcool transformaria aquela menina tímida e calada, numa outra, mais desinibida e extrovertida.
Só mais tarde percebi que não precisava de nada disso, porque esse meu lado extrovertido estava dentro de mim, e saía cá para fora independentemente do facto de beber.
Tenho porém constatado que, de há uns anos para cá, cada vez mais os adolescentes dependem de algo para se sentirem bem na sua pele, ou melhor, fora dela.
É certo que tabaco, álcool e drogas sempre existiram. E é, normalmente, na adolescência que se tem o primeiro contacto com eles.
Talvez como forma de quebrar laços da infância, como sintoma de emancipação, como necessidade de ser aceite num determinado grupo, pelo gosto de correr riscos, ou simplesmente para fazer aparecer aquele outro eu que se diverte muito mais quando está sob o efeito destas substâncias, a verdade é que o consumo das mesmas tem aumentado, é excessivo, e ocorre em idades cada vez menores.
Hoje, se eu for a uma discoteca, por exemplo, encontro miúdas a beber repetidamente, shots, enquanto eu me delicio com uma simples garrafa de água ou um sumo de laranja.
E pergunto-me eu? Será que elas gostam, será que lhes dá prazer? Qual será a sensação de fumar um cigarro atrás do outro? Como será que se sentem depois de passado o efeito da droga? Valerá a pena?
Os primeiros cigarros, as primeiras bebidas, as primeiras drogas, podem até ser, e acredito que sejam, experimentadas por curiosidade, e normalmente em grupo.
Mas daí à dependência vai uma curta distância, e começa a ser um grave problema, quando o motivo e o nosso principal objectivo de vida, é o consumo.
O que é curioso é que, se há uns anos, esta era uma situação que se verificava maioritariamente, no universo masculino, actualmente, talvez devido à luta por direitos iguais, encontram-se cada vez mais mulheres que, não só conseguiram com sucesso igualar-se neste campo, aos homens, como os ultrapassaram em grande escala!
Esperemos que esta febre, não apenas de sábado à noite mas regular, dê lugar a outras tendências e modas mais saudáveis e naturais!