Muitas vezes guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, pequenos textos que escrevemos e ficaram arrumados numa gaveta fechada...


Eu decidi abrir essas gavetas, e o resultado é este blog!




How many times we keep things for our own – opinions, feelings, ideias, moods, reflections, some little texts we wrote and put on a closed drawer…

Now I have decided to open those drawers, and this is the result!



sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Balanço Final


"2011 - um ano de vitórias, de batalhas perdidas, de impasses, de obstáculos ultrapassados, de barreiras ainda não eliminadas, de muitas emoções...O ano em que, em determinados momentos, pensei que tudo se desmoronava à minha volta, mas também um ano de construções fortes...um ano para esquecer, mas também um ano para recordar...Um ano que agora está prestes a terminar..."

Estamos a chegar ao fim de mais um ano.
Um ciclo termina, para ceder o seu lugar a um novo que, em breve, se apresentará. 
É tempo de fazer uma pausa...parar...reflectir...e fazer um balanço.
Na verdade, apenas passamos de um dia para outro, de uma hora para a outra, de um ano para o outro.
Mas é um facto, e penso que já se tornou um hábito, em determinadas alturas do ano, ao longo da nossa vida, querermos encerrar um capítulo e recomeçar, numa nova página em branco.
Fazer uma selecção do que já passou, guardando o que é bom de guardar, deitando fora o que não vale a pena...
E planear o futuro que se aproxima, formulando desejos, criando expectativas, fazendo planos, estipulando objectivos...
Que só, no fim, saberemos se se concretizaram ou não...
São momentos de renovação em que, por instantes, ganhamos um novo fôlego. Um balão de oxigénio, de esperança e optimismo...
Não podemos apagar as páginas que já escrevemos, mas podemos sempre escrever naquelas que ainda estão vazias.
Isso dá-nos coragem. Dá-nos ânimo. É, simplesmente, reconfortante para a nossa alma e para o nosso coração!
E se, essas pausas e reflexões, se mostrarem benéficas, tanto física como espiritualmente, e até enriquecedoras, valerá a pena (se sentirem essa necessidade, claro), dedicarem-se por um momento a elas!  

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Paixão e Amor



O que é, para mim, a paixão?
É um estado que se caracteriza, sobretudo, por atracção, inquietação, “cegueira”, “incapacidade” de pensar, euforia desmedida, corações palpitantes e sobressaltados, instintos, loucura, ansiedade…
Quando estamos apaixonados, o nosso pensamento foca-se única e exclusivamente naquela pessoa, muitas vezes descuidando tudo o resto que faz parte da nossa vida.
É maravilhoso, faz parte da vida apaixonarmo-nos, e vivermos esses momentos tão intensos, que nos fazem sentir vivos e desejados.
No entanto, são estados que, tal como um vírus, nos atacam de repente e por diversas vezes, mas que depressa se curam!
Isso não significa que uma paixão não possa evoluir para amor.
Já o amor, é um estado que se caracteriza, na minha opinião, pelo sossego, pelo acalmar dos corações, pela segurança, pela tranquilidade, pelo verdadeiro conhecimento mútuo, apreciando e vivendo de forma mais madura a relação…
Quando existe amor, existe confiança mútua, existe cumplicidade, existe respeito. Compartilhamos a vida, experiências pessoais, e o que de mais íntimo temos dentro de nós, assumindo um compromisso duradouro, respeitando o espaço e a liberdade de cada um.
Quando amamos, tornamo-nos altruístas. Todos os nossos gestos são despidos de qualquer intenção de sermos recompensados, de recebermos algo em troca pelo que fizemos.
Com o amor, percebemos que não existem pessoas perfeitas, mas aprendemos a respeitar e a aceitar a pessoa que está ao nosso lado, com todas as suas qualidades e defeitos.
Aprendemos que ninguém é igual a nós, mas que nos podemos enriquecer com essas diferenças.
O amor, é algo que se vai construindo – se os alicerces forem fortes, mantém-se intacto e resiste às intempéries! Se as bases forem fracas, pode desmoronar-se perante as adversidades da vida.
Amar não significa dedicarmo-nos única e exclusivamente a alguém, não significa dependermos totalmente desse alguém para sermos felizes.
Primeiro, é importante que cada um de nós se ame a si próprio, que já seja feliz, que se sinta bem consigo mesmo, e com tudo aquilo que já conquistou.
A partir daí, estaremos aptos para expandir essa capacidade de amar aos que nos estão mais próximos.
Se é complicado? Talvez seja, ou talvez sejam as pessoas que complicam.
Se exige muito de nós? É verdade, exige! Mas é sempre compensador!
Se o amor nasce e cresce por magia? Talvez seja mágico, mas se não for alimentado, se não for cuidado, se não colocarmos um novo pilar, uma nova peça a cada dia, se deixarmos que o acaso se encarregue de fazer o nosso trabalho, nenhuma magia o poderá salvar!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Lições de Vida

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Não devemos julgar ninguém, sem antes conhecermos bem essa pessoa…

O que nos torna diferentes, pode também ser a nossa maior força…

Por mais pequenos ou insignificantes que possamos parecer aos olhos dos outros, quem sabe não podemos, muitas vezes, fazer a diferença…

Ninguém nos pode fazer sentir inferior sem o nosso consentimento…

Por vezes somos mais fortes do que pensamos, descobrimos uma força dentro de nós, que nem sabíamos que existia…

Sozinhos, podemos não fazer muito. Mas trabalhando em conjunto por um objectivo comum, podemos chegar longe…

Por mais difícil, ou até mesmo impossível, que algo possa parecer, não devemos desistir…não sem antes, pelo menos, tentar…

Por vezes, ser livre significa optar, não por ir, mas por ficar…ficar onde queremos e com quem gostamos, onde realmente nos sentimos bem…

A medula óssea


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Ilustração das células da medula óssea.



Ligamos a televisão, e chegam-nos notícias de crianças com doenças graves, e os seus dias contados, caso não recebam transplantes de medula.
Abrimos a nossa caixa de correio electrónico, e deparamo-nos com um pedido de ajuda que nos recomendam reenviar, propagando-se rapidamente pela rede.
Passeamos na rua, e encontramos afixado no vidro de alguma loja ou de um qualquer café, aquela já tão nossa conhecida folha de papel com uma fotografia e um apelo.
Surgem cada vez mais casos de pessoas, sobretudo crianças, vítimas de variadas patologias, que têm em comum o facto de a sua possível cura depender de um único tratamento – o transplante de medula.
Em consequência, surgem cada vez mais campanhas, sensibilizando e apelando às pessoas, para que sejam dadoras de medula óssea.
E até parece um processo relativamente simples: só temos que ter entre 18 e 45 anos, 50 kg de peso (no mínimo), não ser portadores de doenças crónicas ou auto-imunes, e não ter recebido transfusões de sangue desde 1980. Se encaixarmos nestes parâmetros, podemo-nos candidatar a dadores voluntários.
Convém informarmo-nos junto do centro de dadores da nossa região, e ser-nos-á indicado o hospital, ou centro de saúde onde nos poderemos dirigir.
Preenche-se um pequeno questionário clínico, avaliado posteriormente por um médico, são feitos alguns testes, caso não haja nenhuma contra-indicação e, se tudo estiver bem, os dados ficam guardados numa base informática nacional e internacional, e rigorosamente mantida a sua confidencialidade e anonimato.
Mas o que é, afinal, a medula óssea? Em que consiste? E porque é tão importante?
Medula óssea não é mais do que um tecido de consistência mole que preenche o interior dos ossos longos e cavidades esponjosas dos ossos. É nesse tecido que existem células a que dão o nome de células progenitoras, pela sua capacidade de se diferenciarem e dar origem a qualquer célula do sangue periférico, renovando-se frequentemente e mantendo um número relativamente constante.
É um órgão responsável pelo processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos do sangue – glóbulos vermelhos (eritrócitos), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas (trombócitos), mantendo uma intensa e ininterrupta actividade, e onde têm origem alterações responsáveis por inúmeras doenças, como a anemia, a aplasia medular ou a leucemia.
São estas células, saudáveis, recolhidas da medula do dador, que serão mais tarde transplantadas no doente, com o objectivo de substituir as células doentes e formar novas células saudáveis.
Como é um tecido que se regenera rapidamente, é possível fazer mais do que uma dádiva ao longo da vida.
Mas, para que esse processo seja bem sucedido, há que haver a máxima compatibilidade possível entre as células do dador e do doente.
E esta é, talvez, a parte mais demorada e difícil de todo o processo – encontrar alguém compatível. Julga-se que aproximadamente 80% de todos os doentes tem um potencial dador compatível. O problema, e a dificuldade, está em encontrá-lo a tempo, antes que seja demasiado tarde.
Encontrado esse potencial dador, procede-se então à colheita, a partir da medula óssea (interior dos ossos pélvicos), o que requer anestesia geral e uma breve hospitalização), ou a partir das células progenitoras periféricas (feita no sangue periférico, a partir da veia do braço), sendo necessário tomar previamente um medicamento que vai fazer aumentar a produção e circulação das referidas células.
Hoje em dia, como medida de prevenção, e com o objectivo de salvaguardar a saúde dos filhos contra estas patologias, são muitos os pais que optam por guardar as células recolhidas do cordão umbilical dos seus bebés.
Embora ainda não se saiba muito bem definir se tal investimento terá o retorno esperado ou se, pura e simplesmente, de nada lhes valerá, frustrando-se assim todas as expectativas nele depositadas!
Será que é caso para dizer “mais vale prevenir que remediar”?

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Aventura na Serra



Aqui estou eu, depois de um fim-de-semana prolongado bem merecido, para vos contar a nossa aventura nas terras do gelo!
Para começar, destaco a simpatia, a simplicidade, e a forma prestável e acolhedora das pessoas com quem tivemos o prazer de conviver!
Fiquei igualmente deslumbrada com as paisagens, com os cenários, com a natureza no seu melhor!
Mas comecemos então pelo princípio - sexta-feira saímos daqui à noite e, para evitar portagens, fomos pelas nacionais, sempre com o amigo GPS (que eu continuo a dizer que é burro e não serve para nada), mas imprescindível para o meu namorado. Chegámos ao hotel, na Guarda, já de madrugada, e foi só pousar as coisas, ligar o ar condicionado no máximo e dormir!
Sábado de manhã, depois do pequeno-almoço, rumámos a Manteigas, para conhecer o Poço do Inferno e os Viveiros das Trutas, que nos tinham indicado como locais a visitar.
Estava um dia lindo - o céu azul a contrastar com os tons verdes e castanhos das árvores e da vegetação. À sombra estava frio, mas quando apanhávamos sol, até estava uma temperatura normal para a época.
Vimos a pequena cascata, com a sua água transparente, e deu vontade de tocar nela. Deixei a mão por uns segundos lá dentro, a senti-la correr, mas depois tive que a retirar, de tão gelada que estava!
Tiradas as primeiras fotografias, e como já estava a fazer-se tarde, fomos então almoçar.
E em seguida, o mais promissor e aguardado passeio - a subida até à Torre da Serra da Estrela, a 1993 m de altitude!
Felizmente o tempo foi nosso amigo e permitiu-nos fazer o percurso sem incidentes, podendo apreciar cada pedacinho da paisagem com que éramos presenteados!
Não me esqueço das três vacas que encontrámos na estrada - uma preta, uma castanha e uma branca! A branca mostrou logo que não era muito dada à fama e aos flashs dos fotógrafos! A castanha, ao contrário, ficou vários minutos parada, em pose para as câmaras! E a preta estava ocupada com outros pensamentos.
Como seria de esperar, neve não havia. Pelo menos aquela neve em flocos, fofinha, que podemos pegar e brincar. Havia sim, neve congelada, lagos congelados, e água transformada em placas de gelo. Algumas, mais resistentes, convidavam à patinagem! Mas outras eram mais fininhas, e estalavam à medida que as pisávamos.
E, apesar de ter visto tanta publicidade às pistas de ski, e recintos para trenós e donuts, proporcionados por neve artificial, não vi nada.
Claro que uma ida à Torre inclui, obviamente, a compra de produtos típicos e recordações!
Quando reparámos, já era praticamente noite, e estava na hora de voltar e esperar o milagre de Natal - encontrar um restaurante aberto para jantar em plena véspera de Natal!
Como seria de esperar, essa missão revelou-se inútil. E entre pagar 45 euros por pessoa no jantar de Natal do Hotel Vanguarda, ou ficar sem jantar, optámos pela terceira hipótese!
Acabámos a petiscar numa loja M24, junto às bombas de gasolina, e a brindar com licor de castanha acabadinho de comprar! Os funcionários brindaram connosco e agradeceram a companhia!
Regressámos então ao hotel, para nos deitarmos cedo, porque no domingo tínhamos uma longa viagem pela frente logo de manhã. Desta vez pela auto-estrada, para ser mais rápido, e chegarmos a tempo ao almoço de Natal com a família.
Mas ainda a tempo de ter tirado uma bela foto do nascer do sol, na Guarda!
E de saber pela primeira vez qual é a sensação de estar fechada numa arca frigorífica! É que o carro estava branco, coberto por uma placa de gelo!
Foi, sem dúvida, uma aventura inesquecível!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Defeito ou feitio?



Há quem me considere complicada…
Por vezes, até fria...
Há quem duvide muitas vezes dos meus sentimentos...
Há quem não compreenda porque não falo de tudo o que me acontece, de tudo o que me incomoda...e confunda isso com falta de confiança...
Há quem fique desapontado se, nos momentos mais felizes, não demonstro a alegria e a euforia que deveria demonstrar...
Há quem não entenda porque me assusta tanto tudo o que é novo, tudo o que é diferente…
Há quem se pergunte porque resisto tanto à mudança e a tudo o que me possa surpreender de forma positiva…
Talvez eu seja, de facto, uma pessoa complicada!
Mas os desejos e os sonhos estão lá, os sentimentos estão lá, a amizade está lá, o amor está lá!
Só não saem cá para fora da forma ingénua e transparente que um dia saíram.
A barreira que criei fá-los sair de forma prática e comedida.
Quem me conhece bem, sabe que isso já não é defeito, é feitio!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Em busca de objectivos


A maioria das pessoas desiste de sonhar, e de lutar, porque pensa que o sonho apenas conduz à desilusão. A partir daí, agarram-se ao concreto, àquilo que conhecem (mesmo que não as satisfaça), e acomodam-se, entrando num estado de profunda apatia, de desistência, tornando-se uma espécie de zombies…”

Quantas vezes desejamos ter esta ou aquela coisa, sonhamos ser isto ou aquilo, e nos lamentamos por ainda não o termos conseguido.
É nessa altura que nos dizem “em vez de pensares no que não tens, e te lamentares por isso, dá antes valor ao que possuis, ao que já atingiste, ao que já conseguiste”!
Concordo plenamente, que devemos dar valor ao que temos e conseguimos, em vez de pensarmos e lamentarmos o que não temos.
Por outro lado, dizem-nos que não nos devemos acomodar, e deixarmo-nos ficar por aquilo que temos.
Pelo contrário, é imprescindível ter objectivos para concretizar, metas para atingir, de forma a alcançarmos tudo aquilo que ainda não temos e tantas vezes sonhamos (embora nos digam para não pensar tanto nisso, porque afinal já temos o que temos!).
E que objectivos são esses que devemos ter? Que precisamos de ter? E onde procurá-los? Onde encontrá-los?
Dentro de nós próprios, evidentemente! Então, e se eu simplesmente não tiver nenhum objectivo? Será que não tenho mesmo? Se tenho, não os consigo descobrir…
Ou até talvez tenha encontrado alguns, mas com eles vem a certeza de que não vale a pena alimentá-los, porque sem dinheiro, não há concretização possível.
Que sonhos, que objectivos procuramos geralmente realizar?
- Estudar e/ ou tirar um determinado curso, licenciatura, mestrado, bacharelato;
- Arranjar um trabalho;
- Comprar uma casa própria;
- Casar com a pessoa que ama (depois de a encontrar);
- Ter filhos;
- Viajar;
- Praticar alguma actividade ou hobbie;
- Tirar a carta de condução;
- Comprar um carro;
- Fazer uma dieta;
- Deixar de fumar;
- Morar sozinho, deixar a casa dos pais;
- Cortar com determinado vício…


Ora, eu não me revejo em nenhum destes objectivos – fiz o 12º ano porque não quis estudar mais (nem vontade tenho de o voltar a fazer), encontrei um trabalho onde estou há 11 anos (não é propriamente o trabalho de sonho, mas estou efectiva, pagam-me, e não trabalho aos fins de semana, como sempre desejei), casei, divorciei-me, tenho uma filha, moro com ela numa casa alugada (porque não tenho intenção de comprar uma), nunca quis tirar a carta de condução porque não me imagino sequer a conduzir, e ter um carro não está dentro das minhas possibilidades financeiras, não tenho vícios, não preciso de dietas, tenho o namorado que desejei, não tenho tempo para actividades extra (até para poder estar um pouco sozinha quase tenho que pedir licença)…
Viajar, já foi um sonho e, consequentemente, um objectivo. Neste momento, não me entusiasma tanto, e ainda que assim fosse, não há dinheiro!
Se se pode considerar um objectivo, gostava de ir este ano ver o espectáculo ALEGRIA, do Cirque du Soleil. Mas, também para isso, não há dinheiro.
Gostava de criar uma instituição de solidariedade social e, claro está, ainda menos dinheiro há.
Ou seja, não há nada que eu neste momento consiga identificar como objectivo para a minha vida. Isso significa que estou a viver ao “sabor da maré”, caminhando para onde a vida me leva. Em vez de levá-la eu para onde quero.
Se me perguntarem “mas tu não sonhas”? Claro que sonho! Mas de que adianta sonhar se, como alguém disse, esses sonhos, “só levam a desilusões”? É por isso que, qualquer que seja a ideia que, eventualmente surja, ou me apresentem, nem sequer chega a florescer – é cortada de imediato, rejeitada naquele preciso momento.
Em vez disso, agarro-me ao que tenho, à minha morna realidade, à minha vidinha de sempre, ao marasmo e à monotonia que a caracteriza.
E, se é verdade que muitas vezes nem penso nisso e consigo viver bons momentos dentro dessa realidade, também é verdade que há dias em que percebo o rumo, ou a falta dele, que estou a dar à minha vida. Não me sinto totalmente satisfeita, a apatia instala-se e sinto-me, de facto, uma zombie.
Se é triste? É! Mas se é angustiante parar, pensar e perceber que não tenho objectivos, e que, por isso mesmo, estou insatisfeita e não sou completamente feliz, mais angustiante é obrigar-me a uma busca interior, tentando encontrar objectivos que eu sei que neste momento não existem, como se disso dependesse toda a minha felicidade.
O objectivo principal é o meu bem-estar, e esta demanda não é, de todo, algo que me deixe mais animada e feliz.
Afinal, se e quando tiver objectivos, estes irão surgir por si mesmos e, nessa altura, eu estarei apta a identificá-los. A partir daí, restará saber o que fazer com eles…

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Era do dinheiro


Quando eu nasci, não sabia o que me esperava cá fora!
Estava habituada a “habitar” numa pequena bolsa de água quentinha, que me mantinha viva, que me protegia, que me alimentava, onde dormia, e que me dava tudo o que eu precisava.
Mas os meus pais, sabiam que seria necessário mais do isso.
Eles precisavam de dinheiro para me comprar alimento; precisavam de dinheiro para me comprar roupa; precisavam de dinheiro para me comprar fraldas, produtos de higiene, e medicamentos.
Eu fui crescendo, e eles precisaram de dinheiro para me pagar os estudos, os passeios da escola, as fotografias da turma.
Agora que sou adulta, o que é que eu preciso?
Se quiser comprar ou alugar uma casa para morar? Preciso de dinheiro!
Se quiser viajar? Preciso de dinheiro!
Se precisar de me deslocar, em transporte próprio ou público? Preciso de dinheiro!
Se estiver doente? Preciso de dinheiro!
Se me quiser alimentar? Preciso de dinheiro!
Se me quiser vestir e calçar? Preciso de dinheiro!
Se quiser comprar alguma coisa, seja para mim ou para oferecer? Preciso de dinheiro!
Se quiser levar um determinado projecto adiante? Preciso de dinheiro!
Se quiser casar ou divorciar? Preciso de dinheiro!
Se quiser ter filhos? Preciso de dinheiro!...
Pensando bem, o que é que eu posso, então, ter ou fazer, que não necessite de dinheiro?
A educação, os valores, os sentimentos…
Mas de que me adianta tudo isso, se não tiver dinheiro?
Posso até ter saúde, sem ter dinheiro. Mas ela depressa desaparecerá, a partir do momento em que, por falta desse mesmo dinheiro, não me puder alimentar, matar a sede, ir ao médico ou comprar medicamentos quando estiver doente.
E se não me posso, eventualmente, curar, por falta de dinheiro, tudo o resto morre comigo!
Talvez a Adão e Eva, tudo tenha sido oferecido, sem que necessitassem de um saco de moedas ou um maço de notas para troca.
Talvez em séculos passados, houvessem outras formas de nos mantermos e sobrevivermos.
Mas eu, feliz ou infelizmente, nasci na era do dinheiro.
E, por isso mesmo, por mais que me digam que o dinheiro não é tudo, que o dinheiro não traz felicidade, que o dinheiro não nos dá saúde, e todas essas frases que já conhecemos tão bem, a verdade é tudo à minha volta me mostra e prova exactamente o contrário!
Não é tudo, mas quase tudo depende dele! Quase tudo gira à volta dele! E, digam o que disserem, o dinheiro é uma preciosa ajuda sempre bem-vinda!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A utopia dos finais felizes




Sempre adorei finais felizes, penso que como a maioria das pessoas. Tanto em livros, como em filmes, era bom saber que tudo acabava bem.
De há uns anos para cá, porém, confesso que prefiro finais surpreendentes, realistas ou não, mas que fujam ao que o espectador/ leitor esperaria ver ou ler.
Talvez porque compreendi que não existem finais felizes, ou melhor, só existem no momento em que paramos a história nessa fase.
As nossas vidas não param quando estamos bem, são feitas de ciclos, de altos e baixos, de momentos felizes e menos felizes.
Já imaginaram como seria a história depois da história? Depois do final feliz?
Claro que seria impensável um livro ou um filme ter tamanha duração, e já que a realidade é, por vezes, tão dura, porque não parar no momento certo e terminar com um “e viveram felizes para sempre”?!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Nada se repete…

 

A natureza está em constante mudança, em ciclos que se vão sucedendo…Não pára…Não volta atrás…
E, tal como a natureza, a nossa vida segue o mesmo princípio, o mesmo rumo…
Os momentos de mudança da minha vida foram, para mim, os melhores que vivi. Gosto desses picos em que tudo se transforma, em que tudo dá uma volta de 180 graus. Não me agrada tanto quando, após o pico, volto a caminhar cá em baixo até que uma nova subida surja…Mas seria impossível viver a vida só com picos, ou subir e descer, permanentemente, a alta velocidade…
Há que aproveitar tudo com a calma e o tempo necessário, sem atropelar nenhuma fase.
Compreendi também, que qualquer momento na nossa vida, é único!
Por mais que se tente repetir, voltar atrás e tentar vivê-lo de novo, por mais que se tente voltar a sentir as mesmas emoções…simplesmente não conseguimos!
Será sempre um novo momento, uma nova visão das coisas, novos sentimentos, que não têm que ser necessariamente melhores ou piores, mas apenas diferentes.
É normal, quando determinados momentos se tornam inesquecíveis, sentirmos saudades, desejar que nunca acabassem, que fossem permanentes…
Mas talvez, se assim fosse, não lhes atribuíssemos o valor que hoje representam!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Como é bom recordar...



No sábado lembrei-me de ir ao "arquivo" das minhas cassetes de vídeo, e descobri uma de há 5 ou 6 anos atrás.
A primeira parte era o batizado da minha filha! Já naquela altura, com 1 ano, era traquina!
Mas sempre com aquela carinha meiguinha, fofinha, uma princesa!
Fartei-me de rir com as caretas que ela fazia para o padre (como que a dizer "mas que raio estará esta alminha para aqui a dizer que não se cala" ou então "vê lá mas é se te calas que já estou farta de te ouvir"), os pulos que dava ao meu colo, e as palhaçadas que fazia para o público, enquanto o padre tentava, com muito custo, fazer-se ouvir e dar continuidade à cerimónia!
E logo depois, a minha filha na noite de Natal, com 2 anos.
Vestida a rigor, com o vestido de Mãe Natal que lhe chegava aos pés, barrete a condizer, cabelo aos caracóis, e a mesma carinha laroca!
Sentada na piscina com o primo, enquanto este tentava, em vão, ensiná-la a desenhar no quadro, ela, com a sua calma e descontração, punha o biberão de brincar na boca, e apagava os desenhos!
Por fim, uma tarefa árdua para a sua tenra idade - abrir todos aqueles presentes!
Deve ter sido o ano em que recebeu mais prendas. Depois de, impacientemente, esperar que eu lhe retirasse da embalagem a boneca que lhe ofereci, já não a largou!
De vez em quando pousava-a para abrir um ou outro presente, mas fartou-se, e achou por bem que os restantes se encarregassem de abrir o resto, porque ela já nem sabia para que lado se virava!
Como é bom recordar...

Espírito Natalício



"Have yourself a merry little Christmas...night!"

Hoje estou contagiada pelo espírito natalício, e por esta música!
Como diz a minha filha: é Dezembro, é Natal!
Depois de passar o dia entre a cama e as limpezas, resolvi sair à rua.
Caminhar, apreciar a noite, as luzes, as estrelas...e absorver boas energias!
Ah, e como não poderia deixar de ser, comprar prendinhas!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sonhos – Entre o devaneio e a realidade

“Nós podemos chegar até onde podemos avistar”


 

Será?
Até onde poderemos nós realmente chegar? Até onde avistamos? Além do que avistamos? Ou nem sempre até onde avistamos?
Claro que, à medida que nos vamos aproximando do ponto que avistámos e da meta que traçámos, conseguimos avistar um pouco mais, logo o que seria o “além do que avistamos, passa a ser o que actualmente avistamos. E dessa forma, a frase tem lógica.
Mas, o que significa, exactamente, o que avistamos? Será o sonho, será a realidade?
Viver de quimeras e ilusões não nos leva, de facto, a lado nenhum. Contudo, não serão, em parte, os sonhos a base do que muitas vezes, nas nossas vidas, se transforma em realidade? Também é certo que viver apenas ligado ao concreto e à realidade que nos envolve, pode ser bastante limitador e desmotivante.
Talvez seja necessário encontrar um equilíbrio, uma vez que é fundamental, e faz parte da nossa evolução, sonharmos.
É esse sonho que, em seguida, poderemos ou não colocar em prática. Não com um plano baseado em fantasia, mas com um que se encaixe na nossa realidade.
Por vezes, os planos falham. Talvez tenhamos que elaborar um novo, e voltar a tentar.
Porquê?
Porque, ao não desistirmos de sonhar, e de lutar, mesmo que esse sonho não seja o nosso futuro, sempre aprenderemos alguma coisa.
E, quem sabe, durante esse processo tão dinâmico e transformador, não encontramos o verdadeiro caminho…