Muitas vezes guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, pequenos textos que escrevemos e ficaram arrumados numa gaveta fechada...


Eu decidi abrir essas gavetas, e o resultado é este blog!




How many times we keep things for our own – opinions, feelings, ideias, moods, reflections, some little texts we wrote and put on a closed drawer…

Now I have decided to open those drawers, and this is the result!



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Hoje Sinto-me...

...Dividida entre o coração de manteiga de mãe galinha e uma imensa vontade de depenar a franga!!!

domingo, 30 de outubro de 2011

Vida de mãe de estudante!

Uma das coisas que a professora da minha filha perguntou aos pais, na primeira reunião do 1º ano, com direito a votação, foi se concordávamos que os nossos filhos levassem trabalhos de casa ou se éramos contra.
Por maioria, com a promessa de que seriam apenas os necessários e sem sobrecarregar as crianças, ficou decidido que seriam brindados com os amigos TPC's!
Com uma ou outra excepção, quase todos os dias a Inês trazia fichas para fazer. E de todas as vezes que isso acontecia, poucas eram as ocasiões em que ela as fazia em casa dos avós. Normalmente, saía da escola, ia passear com o avô para não deixar a avó com os cabelos em pé, e esperava que a mãe chegasse a casa já perto das 20h, para então se dedicar à sua tarefa.
Já para não falar que, nos períodos de férias, a professora dava uma folga ao seu papel de "má da fita", e transferia-o para os pais - ficávamos nós encarregues de lhes dar trabalhos.
Assim se passou o primeiro ano, comigo sempre em cima da minha filha, a tentar que ela desse o melhor e fizesse o melhor que conseguia, a lutar para que ela nas férias de verão não se esquecesse do que tinha aprendido até aí...
E cá estamos as duas no 2º ano, de regresso aos queridos trabalhos de casa que cada vez demoram mais tempo a ser feitos...Depois de acordar de manhã uma hora mais cedo do que o ano passado, e de passar o dia todo na escola, é mais que normal que no pouco tempo que tem livre até eu a ir buscar, aproveite para brincar. E é ainda mais natural que às 20h a vontade dela seja jantar, e estarmos um bocadinho juntas, sem o stress dos trabalhos para fazer, antes de se render ao sono e adormecer. A verdade é que se a ela lhe falta vontade, aplicação e empenho, a mim confesso que muitas vezes me falta a paciência para estar sempre a repetir "Inês, faz os trabalhos!", "Inês, despacha-te", "Inês, toma atenção ao que estás a fazer!".
E assim se transforma um fim de dia que até poderia terminar de forma agradável, num verdadeiro tormento para as duas.
Como diz o psicólogo Pedro Caldeira "as crianças devem ter tempo para si – para brincar e fazer o que bem entenderem quando estão fora do ambiente escolar".
E eu acrescento, também os pais deveriam ter tempo para estar com os filhos, brincar e conversar sobre outras coisas, depois de um dia esgotante de trabalho e das muitas tarefas domésticas que todos os dias nos esperam em casa.
Ser estudante não é fácil...mas ser mãe de estudante também não!

sábado, 29 de outubro de 2011

Promoção de Fim de Semana

Na compra da "vaca", oferecemos-lhe os palitos!
                   

A Sr.ª D. Vaca que me desculpe, mas foi a primeira coisa que me veio à cabeça, quando me deparei com a oferta que vinha junto à embalagem de queijo "La Vache qui Rit" light - palitos crocantes de pão para mergulhar no queijo creme, snack mais conhecido por Pik&Croq.

Já a formiga tem catarro!



Hoje em dia é tudo "muito à frente"!
Ou terei sido eu a ficar para trás?
É que há determinadas modernices que ainda me custam a digerir e aceitar.
No Domingo, depois de a minha filha se despir para tomar banho, deparei-me com o seu último retoque de beleza - as unhas dos pés pintadas!
Não é que eu não goste de ver mulheres de unhas pintadas, até penso que lhes fica muito bem.
Mas uma coisa é preocuparmo-nos com essas vaidades na adolescência. Nessa altura até eu aderi à moda das unhas pintadas de preto, e dos tradicionais produtos de maquilhagem - batom, rímel, sombras e blush.
O que me surpreende, é que cada vez mais, as crianças queiram parecer mulheres. E cada vez mais cedo!
Aos 5 anos, era ver a minha filha agarrada aos kits de pinturas que se vêem à venda para crianças. Para o Jardim de Infância, já levava as unhas das mãos pintadas de rosa forte ou vermelho, porque dizia ela "as cores clarinhas não se notam tanto". Nos lábios, passava o batom não sei quantas vezes por dia, e perguntava sempre "Oh mãe, vê lá se ainda tenho batom!".
Ora, ela é ainda e apenas uma criança. Não deveria ela preocupar-se com outras coisas típicas dessa fase da nossa vida?
É certo que ela é bonita, e está a desenvolver-se bem depressa. Mais uns aninhos e já está uma mulher. Uma mulher que certamente não irá precisar de recorrer a truques de beleza, embora na medida certa sejam bem vindos.
Mas isto das modernices não se fica por aqui - poucos dias depois de ter iniciado o ano lectivo, chegou a casa e deu-me um papel para a mão. Adivinhem o que era - nada mais nada menos que o número de telemóvel da mãe do "namorado", para eu ligar a combinar o encontro do casalinho na semana seguinte! "Namorado" esse que anda com duas ou três ao mesmo tempo!
Embora, por um lado, não dê grande importância a estes episódios, por outro não posso deixar de ficar preocupada.
Há uma distância cada vez mais ténue entre o mundo infantil e o adulto - as crianças devem brincar, pular, saltar.
Em vez disso, vêem-se crianças que parecem querer saltar essa etapa fundamental da vida delas, e tornar-se precocemente adultas, imitando os pais, os seus ídolos, a moda...da roupa ao calçado, do penteado à maquilhagem. Até mesmo os seus comportamentos.
Só há um pequenino pormenor, é que se tornam adultas por fora mas por dentro dentro continuam a ser crianças - ou seja, são adultas para o que lhes interessa e convém, mas quando chega o momento de ter atitudes em conformidade, aí voltam à infância.
Então que o sejam em todos os sentidos e que o aproveitem, porque há-de chegar o tempo em que irão desejar voltar atrás, e não podem mais!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Um dia chega a nossa vez

Apesar da dura realidade que enfrentamos, e das más notícias que nos chegam todos os dias ao ouvido, não podemos desmoralizar, deixarmo-nos vencer pelo negativismo e desistir.
Eu sei que não é fácil ver os dias, os meses, e por vezes até mesmo os anos a passarem, sem que tenhamos conseguido encontrar um trabalho.
Aos meus quinze anos, na idade em que me apetecia comprar uma infinidade de coisas e não podia, porque os meus pais não tinham dinheiro para os meus devaneios, meti na cabeça que queria deixar de estudar e ir trabalhar! Como se com essa idade, alguém me desse trabalho!
Claro que os meus pais não foram na conversa, e foi aí que mostrei pela primeira vez a minha rebeldia de adolescente. Lembro-me de ter chorado "baba e ranho", de ter pronunciado uns quantos disparates e palavras nada bonitas de se ouvir contra os meus pais - literalmente, fiz birra!
Escusado será dizer que de nada me serviu, porque fui obrigada a terminar o 12º ano.
Como hoje os compreendo! Os pais sabem sempre (ou quase sempre) o que é melhor para os filhos, e aqui estavam totalmente certos.
Eu tinha que estudar, tinha que pelo menos completar o 12º ano, porque isso ser-me-ia útil mais tarde, quando me propusesse a entrar no mercado de trabalho.
E assim foi - com 18 aninhos e uma média de 17, tive direito ao valioso (ou nem por isso) certificado de habilitações. Inscrevi-me no Centro de Emprego da minha zona e esperei que a sorte me batesse à porta, já que não havia ninguém a precisar de empregada nos arredores.
Era muitas vezes chamada pelo Centro de Emprego para ir a entrevistas. Além de ter que me deslocar à sede, a mais de 40 quilómetros, quando lá chegava percebia que para uma única vaga, concorriam uns 20 candidatos!
O mais engraçado é que, chegados aos respectivos locais, éramos informados que já não precisavam de ninguém! Outros então, nem sabiam porque nos tinham mandado lá!
Quantas vezes me perguntei para que servia afinal o Centro de Emprego? Quantas vezes tem afixados anúncios de empregos, quando há tantas pessoas à espera de serem chamadas sem sucesso?
Outra coisa que me fazia imensa confusão e me revoltava, era em todos os anúncios de emprego pedirem experiência. Ora, se nunca me dessem a oportunidade de trabalhar pela primeira vez, como poderia algum dia ter experiência?
Durante um ano, estive 15 dias numa fábrica de estofos para carros, em que a minha função consistia em desenhar os moldes nas peles e cortar. Mas era óbvio que naquela pequena empresa familiar, não havia lugar para estranhos, e tanto a mim como à minha cunhada, trataram de nos pôr a andar, além de ter sido difícil receber o pagamento desses poucos dias.
Também experimentei um dia como armazenista, ao fim do qual não me conseguia mexer de tão dorida que estava de arrumar caixotes! Igualmente por um dia, fui empregada de balcão numa pastelaria. Mas nada disso me satisfazia, e esperei por algo que realmente gostasse.
Numa das minhas deslocações a uma perfumaria, em vésperas de Natal, enviada pelo meu querido Centro de Emprego, fiquei a saber que o anúncio já tinha passado da validade. Mas como havia bastante movimento, ainda me propuseram ficar lá o resto do dia, a fazer embrulhos e laçarotes! Pelo menos ganhei qualquer coisita e ainda me deram umas amostras de perfume!
Foi então que o Instituto do Emprego e Formação Profissional me convocou para tirar um Curso de Práticas Administrativas, remunerado, com a duração de ano e meio. Fiz testes psicotécnicos, entrevistas e exames médicos de selecção, e consegui entrar.
Tínhamos várias disciplinas como a Informática, Inglês, Direito, Práticas Administrativas ou Contabilidade. Em Contabilidade aconteceu uma coisa muito engraçada - fizemos um teste e a formadora deu-me 20! O  meu primeiro 20! Só que os superiores cairam-lhe em cima e pressionaram-na a baixar a nota porque segundo eles "dar um 20 a um formando é o mesmo que dizer que ele sabe tanto como a formadora"!
Mas adiante, ao fim de um ano de curso teórico, veio a fase do estágio. Por ironia do destino, fui eu que elaborei uma lista com várias possíveis empresas para cada um de nós, e por sorteio, calhou-me logo a que não oferecia perspectivas de emprego no futuro.
Foi uma grande frustração andar mais de um mês a arquivar facturas e recibos, para me entreter, sem poder pôr em prática nada do que aprendi, e sabendo que terminado o estágio, voltava à estaca zero, ao contrário de alguns colegas meus, que ficaram nas empresas que lhes couberam. Mais um diploma para arrumar na gaveta.
E mais um ano em que me valeu as repetidas inscrições nos tempos livres da Câmara Municipal, já que a minha candidatura ao concurso público não deu frutos (já sabiam de antemão quem lá iam pôr dentro). Um mês na secção de Contencioso e outro na secção de Contabilidade, 3 horas por dia. Depois 2 meses de pausa (não podiam ser seguidos). Os seguintes foram passados entre a secção de Recursos Humanos e a Biblioteca, onde adorei estar! A terceira temporada começou na Biblioteca e terminou antecipadamente no Museu. Por intermédio da minha tia, que conhecia o pai do rapaz que ia abrir uma loja de animais, ou seja, com uma "cunha" consegui ficar com o cargo de empregada na dita loja.
Estava super contente porque finalmente ia trabalhar a sério. Tive formação durante uma tarde sobre os vários produtos para peixinhos, sobre aquários e outras coisas mais.
Mas como se costuma dizer, ou não aparece nada, ou aparece tudo, e nessa mesma tarde recebi um telefonema de um advogado que precisava de uma secretária, a perguntar se estava interessada.
Ainda um pouco admirada, porque não me lembrava de ter enviado o meu curriculum para esse advogado, fui à entrevista. Afinal tinha sido a advogada onde o meu patrão tinha estagiado, que lhe deu o meu contacto (eu tinha lá deixado o meu curriculum uns meses antes).
Expliquei-lhe que tinha outro trabalho em vista mas que, se me oferecesse as mesmas condições, aceitava.
E aqui continuo eu, há já 11 anos! E sem "cunhas"! Foi o melhor que fiz porque a dita loja de animais, nem 3 meses sobreviveu, tal como todos os animais que lá se encontravam!
Por isso, pensamento positivo e esgotem todas as possibilidades, por mais remotas que possam parecer, porque um dia chegará a vossa vez!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Há dias assim...

Há momentos em que é preciso respirar fundo...
Contar até 100...
Uma bela noite de sono...
Um chá de tília...

E há outros em que nada disso funciona!

Hoje sinto-me uma panela de pressão, cuja tampa pode a qualquer momento saltar!

Tenho todo o direito de me aborrecer, de estar rabujenta, de estar triste e de explodir, é verdade.

Mas depois, tenho também o dever de arrumar a irritação e a neura no baú, dar lugar a pensamentos positivos e viver mais um dia com boas energias!

Afinal depois de a água ferver e sair toda para fora, só nos resta voltar a encher a panela, que é como quem diz - depois de o mal estar feito não adianta remoer e repisar o assunto.

É preferível empenharmo-nos em voltar a pôr tudo em ordem.

Ainda assim, apesar das várias ameaças dos últimos dias, estou decidida a tentar manter a minha tampa equilibrada em cima da panela!

E encarar com optimismo este dia de temporal (que não começou da melhor maneira), em que a chuva e o vento marcam presença. Atirar-me ao trabalho e pensar que mais logo à noite, vou tomar aquele banhinho que sabe tão bem, e deitar-me bem aconchegada na minha caminha, com a sensação de missão cumprida e meta do dia atingida!    

O melhor presente...


...É aquele que é dado com amor e carinho!

Aproximamo-nos da época natalícia, e inevitavelmente, daquela altura do ano em que a maioria das pessoas começa a fazer contas ao orçamento, e uma lista infindável de prendas a oferecer a familiares, amigos e conhecidos.
Triplicam os anúncios apelativos ao consumo de determinados produtos típicos, e surgem as já tradicionais mega campanhas com descontos em hipermercados e lojas.
Quando se fala em Natal, é como se, automaticamente, se acionasse o botão - prendas!
E, embora de há uns anos para cá, tenha havido uma sensibilização crescente para trocarmos as prendas compradas numa qualquer loja, por outras feitas por nós próprios, na prática isso não acontece.
Eu, por exemplo, sempre gostei de oferecer às pessoas que fazem parte da minha vida, presentes que as fizessem felizes e que lhes fossem de alguma forma úteis. E dentro das minhas possibilidades, se pudesse satisfazer todos os desejos, era uma alegria!
Com a minha filha, além de lhe comprar roupa que ela bem precisa todos os anos (e que ela põe imediatamente para o lado na esperança de o próximo presente ser mais interessante), ainda tento comprar-lhe algumas daquelas coisas que ela pede ao Pai Natal!
Que por sinal, ao fim de meia dúzia de dias estão para lá amontoadas no caixote dos brinquedos.
No meu tempo, não era assim. Os meus pais não eram ricos, nem tinham muito dinheiro para prendas de Natal. Davam-me aquilo que podiam.
E, tirando uma boneca Barbie - o meu sonho de criança que nunca se tornou real, era feliz!
Porquê, porque tinha presentes únicos, alguns que ainda hoje guardo com muito amor.
Foi do meu pai que recebi uma casinha de bonecas feita em madeira, com as sobras da fábrica onde ele trabalhava. Foi do meu pai que recebi um pequeno baú, também em madeira, onde guardava os autocolantes dos bolicaos, as cartas da minha professora da primária, e mais umas coisitas. E lembro-me que, numa fase muito complicada das suas vidas, o meu pai me ofereceu de presente um pedacito de madeira trabalhado para pôr na minha mesa de cabeceira com a inscrição "Parabéns Marta"!
Ainda hoje lhes agradeço por todos esses presentes que, para a maioria das pessoas não têm valor, para para mim são um pequeno tesouro - foram dados com todo o amor que tinham. E não é esse o mais valioso de todos os presentes?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Barrigas de Aluguer


Quando, há uns anos atrás, passou na televisão a telenovela brasileira “Barriga de Aluguer”, gerando na altura uma grande polémica, estávamos longe de imaginar que essa prática saltaria da ficção para a realidade…E que se transformaria numa opção cada vez mais válida, para todos aqueles que desejam ter filhos.
No mundo dos famosos, são vários os exemplos de actores, cantores ou jogadores de futebol, entre outros, que recorreram a este método. Desde Michael Jackson, Elton John, Ricky Martin, Sara Jessica Parker, até ao português Cristiano Ronaldo, muitos foram os que se valeram dos serviços de mulheres que decidiram alugar a sua barriga.
O motivo principal é, na maioria dos casos, a infertilidade. Mas casais homossexuais, bem como mulheres e homens solteiros, que desejam experimentar a maternidade sem a obrigatoriedade de uma relação amorosa, também se incluem na lista. Por outro lado, quero acreditar que, apesar de algumas pessoas serem bastante excêntricas e terem as suas manias, ainda não há ninguém a escolher uma barriga de aluguer por motivos estéticos!
Em Portugal, ser barriga de aluguer a título oneroso, é um crime punido, desde 2006, com pena de prisão. E aplica-se a todos os envolvidos na celebração do contrato, desde os intervenientes principais a promotores ou angariadores. Caso não envolva dinheiro, é apenas considerado nulo o contrato.
Contudo, isso não é impedimento para muitas mulheres, que vêem nestes contratos milionários, uma possibilidade de terem uma vida melhor, de escapar à crise e terem o seu futuro garantido, de forma rápida. Os preços podem ir dos 30 aos 100 mil euros. E em termos psicológicos, embora possa haver casos de mulheres que venham a sofrer problemas de depressão, existem também mulheres que encaram esta função com naturalidade, mantendo a distância necessária que a impeça de se envolver emocionalmente, como uma espécie de preparação mental.
É compreensível o desejo de ser mãe ou pai. É compreensível que se deseje um filho do nosso sangue, e daí, a não se optar pela adopção. Também não condeno quem, psicologicamente preparado e de forma legal, nos países onde é permitido, se submeta a hospedeira gestacional.
Mas como mãe (e provavelmente todas as mães dirão o mesmo), ter um ser vivo a crescer dentro de nós é das melhores sensações do mundo – há uma comunicação só nossa, estamos ligadas àquele pequeno ser desde o primeiro minuto. E isso, para mim, torna impensável, nove meses depois, uma mãe entregar o seu filho seja a quem for, como se nunca tivesse existido! 

sábado, 22 de outubro de 2011

Sugestão de Natal

                            
Porque não comprar uns pequenos cabazes, e prepará-los com aquelas coisas que sabemos que serão úteis a quem as vamos oferecer, ou com algo que acreditamos que irão apreciar? Sem necessidade de gastar muito dinheiro, e ao mesmo tempo ajudando quem precisa, a sugestão para um presente sempre bem vindo é o Cabaz de Natal personalizado, feito por cada um de nós!

Casamento

                                                                                      Foto de ramo de noiva com alianças
Se por acaso fosse pedida em casamento, teria que ser pelo menos umas duas ou três vezes! Porquê?
Bem…porque das primeiras vezes a minha resposta seria um não bem convicto! Da última talvez já me conseguissem arrancar um sim, muito puxadinho a ferros!
A verdade é que actualmente tenho uma visão bem diferente do casamento da que tinha há uns anos atrás.
Para mim, o casamento como todos nós o conhecemos, com direito a vestido de noiva, celebração religiosa, alianças, festa para a família, e um papel assinado, nos dias de hoje, simplesmente não faz sentido.
Se eu posso partilhar a minha vida com alguém, sem ter que passar por todos esses rituais, e ainda poupar dinheiro, que seria desperdiçado num único dia, para ficar bem na fotografia e levar para casa um DVD de recordação, para quê sujeitar-me a esse martírio?
Mas compreendo perfeitamente que o meu namorado tenha outra visão – para ele é a primeira vez, é normal que queira ter direito a tudo, como manda a tradição!
Eu já pensei exactamente como ele – com os meus 23 anos, achava que o casamento era uma coisa única na vida, e que iria durar para sempre. Achava tudo muito romântico e com um significado especial.
Mas a tradição já não é o que era, e como se costuma dizer, mudam-se os tempos, mudam-se as mentalidades, pelo menos a minha.
Para mim, e como disse o conservador no dia em que me casei, o casamento não é mais do que um contrato, um papel assinado que para muitos pode parecer uma garantia, mas que no fundo não nos garante nada - é puro engano.
Não é uma cerimónia bonita que nos traz felicidade, não é um papel que nos garante que vamos viver felizes para sempre. Aprendi isso, quando percebi que o meu casamento tinha acabado ao fim de quase 6 anos. E o trabalho que tive para me conseguir divorciar! Bem vistas as coisas, paguei bem para ter direito a dois papéis, quando poderia ter evitado tudo isso.
A união de duas pessoas que se amam e querem partilhar a sua vida juntas, construindo um projecto comum, é o mais importante e o mais valioso.
Quando duas pessoas tomam essa decisão, é como se decidissem passar de simples empregados, a administradores da empresa que vão agora criar, com todas as responsabilidades que isso acarreta!
E essa é a parte mais difícil – entregarmo-nos de corpo e alma para manter a nossa empresa a funcionar, por vezes com muitas dificuldades, com muitos sacrifícios, com muito esforço e dedicação, com amor e empenho, para que não vá à falência!
Se ambos trabalharem para o mesmo objectivo, acredito que tudo correrá pelo melhor, e a relação estará a cada dia mais consolidada e fortalecida. Mas quando uma das partes deixa de fazer o seu trabalho, ou quando os objectivos passam a ser diferentes, trabalhando cada um para o que mais lhe convém, não há relação que resista! É como estar dentro de um barco, cada um a remar para o lado oposto – o barco simplesmente não anda!
E infelizmente, é o que se vê mais hoje em dia. A ideia de casamento para a vida deu lugar ao casamento eterno, enquanto durar! Há até países que já apostam em uniões com termo certo! Fará sentido esta realidade?
Na minha opinião, não.
Embora o número de casamentos celebrados nos últimos anos tenha diminuído, contrastando com o número de divórcios que tem vindo a disparar, penso que nenhuma relação tem um prazo de validade pré-estipulado.
Qualquer relação pode durar uma vida inteira, como pode acabar quando não for mais possível continuar, sem que haja necessidade de prazos para renovação ou rescisão!
Além disso, sendo nós os “administradores” da nossa “empresa”, nunca haverá lugar a qualquer espécie de contrato. Quanto muito, decretamos falência, quando assim o entendermos.
Mas mais concretamente para aquelas pessoas que efectivamente se casaram, pelo registo civil, em que há um papel/ contrato assinado, não acredito que, nos tempos que correm, sendo cada vez mais fácil e rápido obter um divórcio, os casais continuem juntos se não o desejarem.
Como também não acredito que, casais que eventualmente continuem juntos por medo da separação, o deixem de ter pelo simples facto de terem esta opção de renovação ou não do casamento.
Por tudo isto, a não ser que fosse uma mera questão económica, de poupança de emolumentos do processo de divórcio, que podem ser dispendiosos se envolverem partilha de bens, ou nos casos de processos a correr em tribunal, não vejo qualquer utilidade para esta nova moda!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Agora sim, parece que o Outono vem a caminho!

                                                                    

Todos nós aprendemos que ao longo do ano existem quatro estações - Primavera, Verão, Outono e Inverno.
Cada uma delas com características bastante definidas e que as diferenciam umas das outras.
Se falarmos da Primavera, lembramo-nos das andorinhas, das flores, das alergias...
Quando nos falam do Verão - pois claro - férias, praia, calor!
Já o Outono é conhecido pelas castanhas, as folhas em tons amarelos e avermelhados a cairem no chão...E como não poderia deixar de ser, o Inverno é época de chuva e frio!
O que nós não sabíamos é que estas estações, na prática, iriam deixar de existir, pelo menos da forma como as conhecemos.
E a prova disso é o Verão que tivemos este ano!
Os portugueses têm por norma tirar férias nos meses de Julho e Agosto, precisamente porque estamos no Verão.
Eu própria tirei férias nessa altura, como todos os anos, para poder estar com a minha filha nas férias dela, e proporcionar (a ela e a mim) umas boas idas à praia!
Desde bebé que fui habituada a ir à praia, e para mim é quase como uma terapia. A praia transmite-me paz, tranquilidade, renovação de energias...Dar um mergulho é como deixar tudo o que me incomoda ser levado pelas ondas, e sair de lá como uma nova mulher.
Adoro o mar, por vezes tão calmo e silencioso, mas outras revoltado, a bater nas rochas, as suas ondas a varrer a areia...enfim, adoro praia.
Este ano foi um pouco diferente dos outros...pela primeira vez, encontrei nas praias tudo o que se possa imaginar, fazendo-me imaginar que alguma revolução deve ter acontecido no oceano! Desde patas de caranguejo a cascas de mexilhão e ameijoas completamente partidas, cabeças de peixe, muitas pedras das mais variadas cores e feitios...A minha filha apanhou um buzio dos grandes, e entre as minhas descobertas veranescas, contam-se uma pedra em forma de carapaça de caracol, outra em forma de espiral, uma que parece um autêntico ouriço do mar, e diversas conchas tão perfeitas que nem parecem naturais!
Pela primeira vez também, cada vez que fomos à praia nas férias, levámos casacos vestidos! Não havia maneira de o calor chegar a esta terra.
Por isso mesmo, foi com uma enorme alegria e satisfação que aproveitei cada um destes dias (fins de semana e feriados), com que este Verão tardio nos brindou!
Até mesmo para trabalhar, ou para ir para a escola, é muito mais motivante acordar com os raios de sol a entrarem-nos pela janela logo pela manhã, do que nos depararmos com um dia cinzento e chuvoso.
Se tenho saudades do frio e da chuva? Nenhumas mesmo...Nunca me dei bem com o frio - andar com não sei quanta roupa vestida e mesmo assim não conseguir aquecer. Da chuva gosto, mas quando posso apreciá-la! Sem dúvida que o sol e o bom tempo me deixam muito mais bem disposta e humorada!
Mas já se estava a calcular que o nosso pequeno Verão não iria durar para sempre.
Por isso, mesmo não sabendo bem se o que aí vem é o Outono atrasado, ou se saltaremos para o Inverno antecipado, terei que me aguentar!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Divagação do dia

Às vezes apetecia-me...ser livre!


Pegar numa mochila e partir sem destino, rumo à aventura. Poder conhecer outras gentes, outras culturas...ver outras realidades que existem para além do meu pequeno mundinho.
Poder experimentar diferentes tipos de trabalhos, por opção, sem ter que depender de nenhum...fazer as coisas por gosto e não por obrigação!


Fazer amigos aqui e ali, deixar saudades e boas recordações, deixar a minha marca pessoal por onde passasse...
Ajudar, como pudesse, quem mais precisasse - levar sorrisos às crianças, recolher aquele animal abandonado...


Poder chegar aos meus 70 ou 80 anos e ter mil e uma aventuras e experiências para contar aos meus filhos e aos meus netos - sim, porque mesmo sendo livre, há lugar para o amor!


Sentir que valeu a pena esta passagem pela vida, e que não vim aqui somente para permanecer presa em mil e uma teias que determinadas circunstâncias e, talvez eu própria, tenhamos criado! 

sábado, 15 de outubro de 2011

Pais demitem-se!

Que bem que nos sabe de vez em quando despirmos o papel de mãe e pai e vestirmos o papel de mulher e homem!
Aquele tempinho que os nossos filhos estão em casa dos avós, a brincar com coleguinhas, ou vão passar um fim de semana fora, é um pequeno grande presente para nós – finalmente vamos poder descansar, cuidar de nós, namorar…
Então quando os nossos filhos se lembram de nos pôr os cabelos em pé e os nervos em franja, até temos vontade de os mandar mais depressa numa dessas viagens turísticas espaciais para Marte, por tempo indeterminado!
Claro está que, ao fim de pouco tempo, já estamos cheios de saudades deles e a querê-los de volta debaixo da nossa asa.
A minha relação com a minha filha, por exemplo, teve os seus maus momentos, e confesso que nessa ocasião, estive muito perto de lhe fazer a vontade e despachá-la de malas aviadas para casa do pai!
Mas depois pensei que era meu dever dar a volta por cima e agir como mãe, e mostrar-lhe que ainda teria que crescer muito para medir forças comigo, e conseguir destabilizar-me.
É verdade que dá trabalho, sim, é preciso muito jogo de cintura, muita paciência, muita determinação, mas já deveríamos saber que criar e educar um filho não era uma tarefa fácil.
Eu por exemplo, quando engravidei, pensei “e agora, será que vou ser uma boa mãe?”. Na verdade não me sentia minimamente preparada para tal papel, mas hoje, passados quase oito anos, com alguns tropeções pelo caminho e alguns erros cometidos, não deixo de sentir a sensação de que até aqui, estou a dar conta do recado!
Acredito que muitos tempos difíceis ainda estão por vir, que até agora foi apenas o período experimental. Ainda assim, estou cá para o que tiver que ser.
Mas a verdade é que, nos últimos tempos, têm surgido cada vez mais casos de pais que se demitem das suas funções.
Segundo Teresa Espírito Santo, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lisboa/ Centro, nos últimos meses surgiram casos de pais que se demitiram completamente das responsabilidades dos seus filhos, e vão determinados a que seja a comissão a acolhê-los.
Os motivos são vários – desde pais que não conseguem impor regras e limites aos filhos, principalmente na adolescência, aos que têm carências financeiras e acham que o Estado tem o dever de assumir a responsabilidade.
E há ainda quem se sirva da comissão como um meio para atingir um fim, ou seja, progenitores que se acusam mutuamente de não cuidarem dos filhos, ou que pretendem levar o tribunal a rever as condições da guarda das crianças, no caso de pais separados.
Ricardo Carvalho, secretário executivo da CPCJ, reconhece que existem cada vez mais pais a utilizarem as comissões para obter o que não conseguem nas decisões judiciais.
Felizmente, ou infelizmente, este é um cenário que em nada me espanta, porque sempre existiu.
Quantos pais conhecemos que, por não terem condições financeiras, entregaram os filhos em instituições, ou para adopção?
Quantas crianças não foram deixadas com os avós, porque os pais não sabem o que é a responsabilidade de criar um filho?
Quantas mães abandonam os filhos? Quantos pais deixam as mulheres com filhos sozinhas nessa tarefa?
A novidade é que agora os pais têm mais uma porta à qual podem bater, sempre que quiserem entregar “a carta de demissão”, do cargo a que eles próprios se autopromoveram!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Discriminação

Num mundo em que parece só haver lugar para pessoas “perfeitas”, torna-se complicado não pertencer a esse grupo, e sair fora de um padrão que, sabe-se lá como, ou quem o criou…Em pleno século XXI, é revoltante perceber que ainda há muitos preconceitos, que ainda há tanta discriminação…é difícil imaginar e ser confrontada com a realidade, com o que essas pessoas sofrem…Principalmente quando estamos perante crianças. E há quem consiga ser muito cruel…
Desde um simples desconhecido com quem nos cruzamos na rua, aos colegas de escola, e por vezes até a própria família, são vários os casos de discriminação social com que nos deparamos ao longo da nossa vida.
Talvez até cada um de nós já a tenha sofrido a pele, em algum momento da nossa vida.
Nos meus tempos de miúda, lembro-me que aquelas crianças que tinham a sorte dos pais terem mais condições económicas, gozavam com os que infelizmente não os tinham. Quem não usasse roupa de determinada marca, era inferior. Os alunos que se aplicavam e estudavam para ter boas notas, eram discriminados pelos colegas.
Quem tivesse borbulhas, ou algum problema de saúde ou alguma deficiência, ficava de fora do grupo dos “perfeitos”.
Quando chegou o momento da minha filha ir para a escola, a primeira coisa que pensei foi “espero que os colegas dela não a discriminem pelo facto de usar óculos”. Não que para ela seja um problema; aliás qualquer diferença só o passa a ser, quando alguém nos faz sentir que somos diferentes, porque antes disso somos pessoas como outras quaisquer.
Para mim, e principalmente, para a minha filha, ela só se sente diferente quando alguém a faz lembrar que tem um problema de visão, quando alguém comenta isto ou aquilo. Mas felizmente, teve sorte, e na escola não há esse problema.
Já o mesmo não se pode dizer, por exemplo, daquela menina anã, que tem dificuldades em fazer amizades porque os colegas de escola não se aproximam dela.
Ela não se sente apoiada pelos colegas, pelo contrário, sente que o facto de ser mais pequena os afasta. Mas não se pense que ela se deixa desmotivar por isso, porque continua a lutar e a ser uma aluna, quem sabe até, melhor que muitos colegas seus.
Infelizmente, por tudo e por nada se discrimina – ora porque se é gordo, ora porque se é magro, porque é alto ou porque é baixo, porque tem isto ou aquilo, porque não tem isto ou aquilo, porque se é rico ou porque se é pobre, porque se gosta disto, porque não se gosta daquilo…
E mais grave se torna quando os autores dessa discriminação não são apenas adultos, mas começam também a ser crianças que, sabe-se lá porquê, acham-se cada vez mais donas da verdade.
Mas quem somos nós para pensar em tal coisa, para pensar que somos perfeitos, e que o facto de os outros não serem iguais a nós, os torna inferiores, os torna menos importantes, os transforma em pobres coitados?
Quem somos nós para os impedir de terem as mesmas oportunidades, de se sentirem iguais apesar das diferenças? Quando deveríamos ser os primeiros a fazer precisamente o contrário.
Já basta o sofrimento que essas pessoas passam, que essas crianças experimentam logo em pequenas. Nós podemos ajudá-las, não discriminando, não as fazendo sentir menos capazes. Isso não significa fazer exactamente o oposto, andar sempre de volta delas, tratando-as como vítimas, como doentes, como alienígenas…
Significa apenas ter o mesmo tipo de comportamento e atitude com todos os que nos rodeiam.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A Pequena Annie

Uma destas noites acordei a chorar, não porque tenha tido algum pesadelo terrível (como é costume quase todas as noites), mas porque tive um sonho que para mim foi muito especial…
A protagonista desse sonho era a pequena Annie, uma menina com uns 4 ou 5 anos, loirinha, muito meiga e carinhosa, que qualquer pessoa gostaria de ter como filha.
Pelo que pude perceber, no sonho, Annie tinha vindo passar uns tempos comigo, não sei bem em que contexto, mas talvez fosse uma espécie de família de acolhimento temporário.
O que é curioso, é que eu nunca tive muito jeito para crianças, nem tão pouco me via a ser mãe, ou estar rodeada de crianças.
Mas a verdade é que a maternidade veio, de alguma forma, alterar um pouco a minha forma de pensar!
Sei que no meu sonho, eu gostava muito da Annie, como se realmente de uma filha se tratasse.
Era tão bom poder contribuir para a felicidade dela, poder dar-lhe o carinho e o afecto que ela provavelmente nunca tinha tido…e o mais espantoso, é que ela gostava mesmo de mim! E eu que pensei que isso não era possível! Talvez só em sonhos…
Naquele dia, era o dia da despedida, o dia em que nos íamos separar. Umas senhoras, que deveriam ser da Segurança Social ou algo do género, vinham buscá-la.
Como é óbvio, estávamos as duas tristes porque era uma separação difícil, e tentávamos conter as lágrimas.
E logo aí, a insensibilidade de algumas pessoas que parecem tratar-nos como máquinas sem sentimentos – uma dessas ditas senhoras disse-me o seguinte “Não tem vergonha de estar com essa cara, devia era mostrar que está feliz para a menina não perceber e ser mais fácil ela vir connosco”!
Para não me chatear mais, e porque queria o melhor para a Annie, parei, baixei-me e disse-lhe baixinho “Vem cá Annie e dá-me um abraço! A Marta despede-se já aqui de ti, porque agora tens que ir com estas senhoras! Mas podes vir sempre que quiseres e te deixarem, porque a Marta gosta muito de ti!”…e assim, depois dos beijinhos, voltei para casa, já sem conseguir aguentar mais, a chorar…
A pequena Annie voltou, mais uma vez, extremamente feliz por poder estar comigo e irmos à praia! Estava tão contente como alguém que nunca foi a uma praia, ela puxava-me e saltava e corria! Assim que chegou à praia, foi direitinha ao mar!
Mas foi a última vez que a vi, a última vez que esteve comigo…pelo menos fisicamente, porque a última parte do sonho, foi precisamente a imagem que, embora ausente, a presença e a lembrança dela estaria para sempre comigo!
E acordei! Tal como agora, ao relembrar o sonho, com um nó na garganta e a chorar!

Sim, foi apenas um sonho…mas um sonho que, de alguma forma, reflecte aquilo que eu ultimamente tenho muitas vezes desejado – ajudar as crianças.
Na verdade, queria ter dinheiro para poder eu própria criar uma fundação, ou uma associação, ou qualquer que seja o nome que lhe queiram chamar.
Poder ajudar da forma que elas mais precisassem – com roupas, alimentos, materiais escolares, cuidados de saúde…
É quase como ser uma espécie de madrinha para essas crianças, sempre gostei de ser madrinha!
Uma das coisas que me daria mais prazer era ser uma verdadeira “Mãe Natal”, e passar a véspera de Natal a distribuir presentes, a quem nunca soube o que era receber um! Mas não só, porque mais importante que todas as prendas que se possam dar, é o facto de dedicarmos um pouco do nosso tempo para estarmos com as crianças, fazê-las sorrir, fazê-las sentir que há alguém que se preocupa com elas, que há alguém que lhes dá atenção e carinho.
Mas infelizmente, não me saiu o Euromilhões. Rica também não sou, o que me limita bastante. E confesso que depois de dar uma espreitadela a algumas instituições, em que se quisermos ajudar, temos que ser sócios e pagar mensalidades, ou ter não sei quantas formações para poder exercer voluntariado, ou ter que seguir mil e uma formalidades para criar uma instituição, fiquei desanimada.
Talvez um dia, se tiver condições financeiras, possa vir a fazer as coisas “à minha maneira”, sem burocracias, apenas com a minha dedicação, e tornar os sonhos reais!

domingo, 2 de outubro de 2011

Alguém sabia?

Estava eu no outro dia a conversar sobre o novo acordo ortográfico, quando me falaram no Esperanto! “Espe” quê? - perguntei eu!
Sim, porque em 32 anos nunca tinha ouvido pronunciar tal palavra. Mas essa é uma das coisas que eu aprecio na vida – estarmos sempre a aprender, a adquirir novos conhecimentos. Se podemos partilhar um pouco daquilo que sabemos com os outros, porque não fazê-lo?
Movida pela curiosidade, depois de ter ouvido a breve explicação dada, fui pesquisar em que consistia afinal o “Esperanto”.
Com grande admiração minha, descobri que obras clássicas importantes da humanidade, como os Lusíadas, estão traduzidas para Esperanto, bem como a Bíblia e textos litúrgicos, com a respectiva aprovação pela Santa Sé!
Agora imaginem que estão em casa, ou em mais uma daquelas viagens rotineiras de casa para o trabalho ou do trabalho para casa, e sintonizam na vossa estação de rádio preferida. De repente ouvem os locutores falarem numa linguagem estranha, que vos faz pensar que devem ter apanhado por engano a Rádio ET!
Mas a verdade é que diversas estações de rádio, inclusive a Rádio Vaticano, fazem emissões regulares em Esperanto!
E até existem dicionários de Português-Esperanto! Alguma vez eu imaginaria tal coisa?!
Em Portugal, o Esperanto tem vindo a ser divulgado e ensinado pela Associação Portuguesa de Esperanto.
Mas o que é afinal o Esperanto? Nada mais nada menos que uma língua artificial, criada em 1887, pelo filósofo médico polaco Lázaro Zamenhof.
O objectivo era criar uma língua universal, que pudesse ser falada por todos, simples, e tendo por base as principais raízes nas línguas europeias modernas, mas também no latim e no grego clássicos.
Parece-me óbvio que, se houve um tempo em que se depositava grande esperança nesta língua e havia pessoas bastante interessadas em aprendê-la, depressa essa esperança se desvaneceu.
O que me admira, não é o facto de hoje em dia não se aprender o Esperanto nas escolas, mas sim o facto de nem sequer falarem sobre o tema.
Eu como já atrás referi, nunca tinha ouvido falar, e imagino que muitos portugueses também não.
É o vosso caso? Porque não experimentam perguntar, a quem vos está mais próximo!?