Muitas vezes guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, pequenos textos que escrevemos e ficaram arrumados numa gaveta fechada...


Eu decidi abrir essas gavetas, e o resultado é este blog!




How many times we keep things for our own – opinions, feelings, ideias, moods, reflections, some little texts we wrote and put on a closed drawer…

Now I have decided to open those drawers, and this is the result!



sábado, 29 de outubro de 2011

Já a formiga tem catarro!



Hoje em dia é tudo "muito à frente"!
Ou terei sido eu a ficar para trás?
É que há determinadas modernices que ainda me custam a digerir e aceitar.
No Domingo, depois de a minha filha se despir para tomar banho, deparei-me com o seu último retoque de beleza - as unhas dos pés pintadas!
Não é que eu não goste de ver mulheres de unhas pintadas, até penso que lhes fica muito bem.
Mas uma coisa é preocuparmo-nos com essas vaidades na adolescência. Nessa altura até eu aderi à moda das unhas pintadas de preto, e dos tradicionais produtos de maquilhagem - batom, rímel, sombras e blush.
O que me surpreende, é que cada vez mais, as crianças queiram parecer mulheres. E cada vez mais cedo!
Aos 5 anos, era ver a minha filha agarrada aos kits de pinturas que se vêem à venda para crianças. Para o Jardim de Infância, já levava as unhas das mãos pintadas de rosa forte ou vermelho, porque dizia ela "as cores clarinhas não se notam tanto". Nos lábios, passava o batom não sei quantas vezes por dia, e perguntava sempre "Oh mãe, vê lá se ainda tenho batom!".
Ora, ela é ainda e apenas uma criança. Não deveria ela preocupar-se com outras coisas típicas dessa fase da nossa vida?
É certo que ela é bonita, e está a desenvolver-se bem depressa. Mais uns aninhos e já está uma mulher. Uma mulher que certamente não irá precisar de recorrer a truques de beleza, embora na medida certa sejam bem vindos.
Mas isto das modernices não se fica por aqui - poucos dias depois de ter iniciado o ano lectivo, chegou a casa e deu-me um papel para a mão. Adivinhem o que era - nada mais nada menos que o número de telemóvel da mãe do "namorado", para eu ligar a combinar o encontro do casalinho na semana seguinte! "Namorado" esse que anda com duas ou três ao mesmo tempo!
Embora, por um lado, não dê grande importância a estes episódios, por outro não posso deixar de ficar preocupada.
Há uma distância cada vez mais ténue entre o mundo infantil e o adulto - as crianças devem brincar, pular, saltar.
Em vez disso, vêem-se crianças que parecem querer saltar essa etapa fundamental da vida delas, e tornar-se precocemente adultas, imitando os pais, os seus ídolos, a moda...da roupa ao calçado, do penteado à maquilhagem. Até mesmo os seus comportamentos.
Só há um pequenino pormenor, é que se tornam adultas por fora mas por dentro dentro continuam a ser crianças - ou seja, são adultas para o que lhes interessa e convém, mas quando chega o momento de ter atitudes em conformidade, aí voltam à infância.
Então que o sejam em todos os sentidos e que o aproveitem, porque há-de chegar o tempo em que irão desejar voltar atrás, e não podem mais!

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